Saturday, December 27, 2014

A entrevista (Sony, EUA e Coréia do Norte).


OK, finalmente assisti ao filme "The Interview". Antes de mais nada, confesso que nunca o veria não fosse a controvérsia Coréia do Norte vs Sony (EUA). Minha impressão se confirmou desde o primeiro segundo: o filme é péssimo - humor de 5a categoria, previsível e com péssimas atuações.


Vale dizer que não achei tão surpreendente ou exagerada a reação do Kim Jong-un (ou de seus supostos simpatizantes) diante de como eles são representados no filme. Acredito que foi bastante corajosa - pra não dizer insensata - a iniciativa da Sony em agredir tão abertamente (mesmo que em um filme de comédia) um governante de um país que tem a bomba nuclear e um histórico de reações similares.

Lições da Sony - que foi invadida teve parte de seus dados apagados e outros publicados: se você provoca inimigos tão poderosos, é bom prestar bem mais atenção à sua segurança (inclusive cibernética). Dentre as possibilidades de atribuição estão o "Reconnaissance General Bureau" do governo Norte-Coerano mas não podemos esquecer que empregados e ex-empregados podem possuir os acessos necessários para executar as ações que estão sendo investigadas.

Faz sentido acreditar que a reação (DoS / ou ataque de negação de serviço) que os Estados Unidos supostamente lançou contra a Coréia do Norte como retaliação provavelmente é só parte de um exercício que envolve várias outras ações mais significativas e destrutivas - cibernéticas e cinéticas.

Sabemos que não há guerra declarada entre países que detém a bomba nuclear - não seria sábio de nenhuma das partes. Mas o conflito "Cultural" (como pode ser interpretado o filme) e Cibernético (como a réplica Norte-Coreana e a tréplica dos EUA) são substitutas reais que ocorrem de forma independente. Claro que isto sempre ocorreu de forma mais velada entre Estados Unidos e China, por exemplo. Mas o envolvimento de uma empresa de entretenimento neste caso deixa tudo mais midiático e às vistas de todo mundo.

Resumindo: o filme é ruim, a reação foi previsível e quem tem a bomba não vai a guerra, mas incomoda.