Sunday, April 29, 2012

Google Street View coleta SSID, MAC e Payload de redes WiFi


[ Update - 30/04/2012 ]

Solução low-tech: Bode expiatório?

"Google Street View Report points the finger at a rogue engineer who intentionally wrote software code that captured payload data information"

Mais informações: 


Exclusive (LA Times)Google releases FCC report on Street View probe



[ Post Original - 15/05/2010 ]

O Google possui um serviço muito interessante e polêmico chamado Street View. Em operação desde 2007, o Street View possibilita a visualização panorâmica de ruas e avenidas de várias cidades do mundo a partir das interfaces do Google Maps e Google Earth. No Brasil, o lançamento do Street View será no segundo semestre de 2010 e incluirá fotografias de Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro.

Desde o seu lançamento o Street View já foi alvo de inúmeros protestos relativos à privacidade ao redor do mundo. Algumas medidas são tomadas pelo Google para evitar este tipo de problema:
  • existe (no canto inferior esquerdo da interface do Street View) a opção de solicitar ao Google a remoção de fotos consideradas vexatórias ou comprometedoras como a reproduzida no início deste artigo.
  • as fotos são tratadas utilizando algorítimos automatizados para garantir que placas de carro e rostos, por exemplo, sejam adequadamente borrados;
  • as fotos originais (não tratadas) são apagadas dos servidores do Google em 1 ano ou 6 meses (dependendo do país);
Os milhões de fotos que são apresentadas no serviço são capturadas por carros (ou triciclos) do Google equipados com um GPS e 9 câmeras que proporcionam uma visão 360 graus. No caso do Brasil, 30 carros cedidos pela Fiat estão percorrendo mais de 1 milhão de quilômetros nas 3 cidades incluídas inicialmente no projeto.

O que pouca gente sabe é que outros equipamentos mais discretos que câmeras são também embarcados nos carros do Street View: são antenas Wi-Fi, GSM e 3G - usadas para coletar informações de redes wireless pelo mundo afora.

O Google já havia divulgado no final do mês passado que estes dados se resumiam aos Mac Addresses (endereços físicos das interfaces de rede dos roteadores wireless) e SSIDs (nomes das redes), que seriam usados para identificação de estabelecimentos em ferramentas como o Google Search e o Google Maps...

Do ponto de vista do mapeamento de redes WiFi, sem dúvida o Google supera grandes esforços de mapeamento de redes públicas, como o http://wigle.net/.

Depois de protestos e pedidos de esclarecimento de países como Alemanha e Austrália e a solicitação germânica de auditoria dos dados de redes wireless coletados - o Google resolveu olhar mais a fundo e publicou um post em seu blog principal hoje, corrigindo a informação citada anteriormente e estarrecendo muita gente.

Na verdade, os carros do Google Street View também capturaram o payload (conteúdo das comunicações, como emails e navegação) de redes sem proteção Wireless.

É isto mesmo, você entendeu certo. O Google possui terabytes e mais terabytes e dados capturados de redes WiFi do mundo todo - possivelmente desde 2007. E nunca reparou isto..

A desculpa que foi dada envolve a reutilização de um código feito anteriormente em um projeto experimental que tinha por objetivo capturar amostras de dados WiFi publicamente acessíveis. A equipe do Google Street View teria usado este código sem saber que além dos dados de SSID e MAC estaria também sendo capturado tráfego de milhões de diferentes access points pelo mundo...

Para minimizar o problema, o Google argumenta que apenas fragmentos de dados foram capturados porque:
  • os carros estão em movimento;
  • alguém precisa estar usando a rede enquanto o carro passa;
  • o equipamento WiFi embarcado troca de canal Wlan 5 vezes por segundo;
  • não são coletadas informações trafegando em redes Wifi protegidas por WEP e WPA
Estes argumentos não devem impedir que autoridades de vários países (incluindo os Estados Unidos) avaliem se o Google não violou diferentes leis de sigilo de comunicações.

A máquina de relações públicas do Google até o momento trabalhou bem diante do tamanho do problema, e divulgou que:
  • paralizou temporariamente a utilização dos carros do Street View;
  • segregou os dados para outra rede separada da rede corporativa e desconectou esta rede;
  • vai (e quer) deletar estes dados o quanto antes;
  • trabalhará com instituições regulatórias em diferentes países para definir o método de descarte destas informações;
  • irá solicitar a uma organização idependente que faça a revisão do software em questão, seu funcionamento, dados coletados e método utilizado para descarte;
  • revisão de procedimentos internos para garantir e revisar os controles necessários para evitar este problema no futuro;
  • decisão de encerrar a coleta de dados WiFi.
O pedido final de desculpas - no melhor espírito do "Don´t Be Evil" é o seguinte:

The engineering team at Google works hard to earn your trust—and we are acutely aware that we failed badly here. We are profoundly sorry for this error and are determined to learn all the lessons we can from our mistake.
Mais informações:
  • The Register - Google Street View snooped WiFi for personal data
  • Wired - Google Street View Cams Collected Private Content From WiFi Networks
  • ArsTechnica - Google StreetView cars grabbed traffic from open WiFi networks

Friday, April 27, 2012

Hotmail e Skype - falhas de segurança e privacidade

Podemos dizer que esta semana não foi uma das melhores do ponto de vista da Segurança e Privacidade para os produtos online da Microsoft.


1) Hotmail:


Uma falha no processo de reset de senha no Hotmail foi descoberta em 6 de julho e informada à Microsoft no dia 20. Em resumo, o reset do hotmail utiliza um sistema de tokens que não são validados de forma adequada, o que permitiu que qualquer usuário pudesse resetar a senha de qualquer conta! 


Depois de muita divulgação da falha, incluindo vídeos no Youtube com o passo a passo necessário para resetar qualquer conta do Hotmail, a falha  foi corrigida ontem, sem muito estardalhaço por parte da Microsoft. 


Mais infomações: "Microsoft patches major Hotmail 0-day flaw after apparently widespread exploitation" - http://arstechnica.com/microsoft/news/2012/04/microsoft-patches-major-hotmail-0-day-flaw-after-apparently-widespread-exploitation.ars

2) Skype:


Sabemos que o Skype é uma aplicação P2P, mas o senso comum é que a não ser que você faça uma transferência de arquivo, um usuário não pode saber qual é o seu IP externo (e menos ainda o interno!).   



Um grupo de desenvolvedores responsável por uma versão "open-source" do Skype (http://skype-open-source.blogspot.com) divulgou ontem um "how to" de como instalar uma versão que foi disseminado no pastebin ("Skype user IP-address disclosure http://pastebin.com/rBu4jDm8") e no twitter no dia de hoje. 



Pois bem - hoje um desenvolvedor russo pediu ajuda para testar um novo serviço online que ele estava testando, utilizando os dados já publicados anteriormente sobre a "vulnerabilidade": http://news.ycombinator.com/item?id=3899829


O resultado: o serviço está no ar, e funcionando: http://skype-ip-finder.tk/


O usuário do Skype deve estar logado no momento da query, e o resultado vai conter todos endereços IPs externos e internos de todos os dispositivos do usuário que estiverem logados no Skype, obtidos a partir do wrapper em python desenvolvido pelo russo "zhovner". 



Detalhes:

Perform obscure ip lookup for online skype account.Can find local and remote ip address.Based on deobfuscated Skypekit runtime that write clear debug log
Esta falha, somada a facilidade de buscar por um nome no diretório no Skype, deve ser considerada e usuários que pretendem omitir seu IP (e por consequência localização física) devem evitar utilizar o serviço até que haja uma correção por parte da Microsoft/Skype.



Posts relacionados:

Friday, April 20, 2012

CyberSecurity Reports: Mandiant, Verizon Business, HP, Verisign, WebSense, Trustwave & others

Existem muitos relatórios sobre o atual estado de ataques, a evolução e adaptação das técnicas utilizadas pelos perpetradores. Estamos acostumados a ver estes documentos sendo lançados por diversas fontes diferentes, deste empresas de anti-vírus, passando por fabricantes de sistemas operacionais e consultorias na área de governança corporativa.

A Mandiant e a Verizon Business estão entre as empresas mais especializadas e bem sucedidas em serviços de Resposta a Incidentes no mundo, e por isto mesmo lidam com os mais variados tipos de situações ao tratar inúmeros incidentes de segurança como vazamento de informações e invasão de sistemas em clientes de várias verticais de atuação diferentes.

Lendo este material é possivel perceber a melhoria na qualidade e quantidade de informações à disposição de uma empresa a partir do tratamento adequado de seus incidentes de segurança realmente criticos, o que auxilia as áreas envolvidas a desenvolver uma postura de segurança com foco nas ameaças reais.

Devido a este embasamento em casos reais,  considero que estes relatórios merecem uma leitura detalhada. Ao final deste post eu incluí também referências a outros 6 relatórios interessates publicados por outras organizações (HP, VeriSign, WebSense, TrustWave, ESET e Sophos).

Destaques M-Trends Mandiant:


Tipos de Ataques mais comuns

O tipo de ameaça enfrentado por uma organização deve nortear os investimentos em Segurança da Informação, dentre os maiores tipos de ataques investigados pela Mandiant em 2011, 



Indústrias sendo afetadas por ataques avançados:


Utilização de malware publicamente disponível  e Detecção dos incidentes (!)


Tendências (M-Trends)
  1. Malware só conta uma parte da história: apenas 54% de todos sistemas comprometidos nos ataques investigados possuiam traços da execução de malware (o uso de credenciais válidas para acesso aos sistemas comprometidos é mais difícil de identificar e possibilita aos atacantes um movimento lateral entre sistemas, explorando senhas iguais e relações de confiança existentes nas redes atacadas) ;
  2. Técnicas antigas sendo ressuscitadas: backdoors passivos estão sendo usados para bypassar detecção no host e na rede (... ); 
  3. RATs - Remote Access Software & Trojans disponíveis publicamente são cada vez mais usados em ataques direcionados;
  4. Processos de Fusão e Aquisição de empresas geram mercado de venda de informações confidenciais roubadas.
  5. Empresas que participam de uma mesma cadeia produtiva são comprometidas pelos mesmos atacantes, que buscam obter mais informações de propriedade intelectual sobre o negócio.
  6. Vale a pena ser persistente: atacantes que buscam ganho financeiro cada vez mais pretendem permanecer o maior tempo possível nas redes comprometidas.

Evidências de Comprometimentos (ou IOC/Indicators of Compromise) - além da presença de malware:


  • Uso não autorizado de credenciais válidas (estas informações normalmente estão presentes em registros do Event Log do Windows, no registro, nas propriedades do arquivo/sistema de arquivo e no tráfego de rede) <= idealmente, parte destas informações está sendo logada remotamente em outros sistemas (AD, SIEM, Network Forensics, CarbonBlack, etc.); 
  • Acesso Remoto a Sistema ou a arquivos (...)
  • Vestígios de evidência e arquivos parciais (através de técnicas de perícia forense, é possivel 

Um parêntese aqui para um ponto que gosto de salientar - as evidências estão por toda a parte: 

Quanto mais visibilidade e automação na criação de registros que possam ser considerados "indicadores de comprometimento", melhor - de preferência, em memória, no tráfego de rede, nos logs de sistemas, no sistema de arquivo, em bancos de dados - ou seja, aonde quer que informação esteja armazenada ou trafegue temporariamente.

Relatório Mandiant M-Trends: http://fred.mandiant.com/M-Trends_2012.pdf

Relatorio Verizon Business - 2011 CaseLoad Review: http://www.verizonbusiness.com/resources/whitepaper/wp_verizon-2011-investigative-response-caseload-review_en_xg.pdf

Relatório Verizon Business - 2012 Databreach Investigations Report

Alguns pontos e tendências relacionados ao relatório da Verizon foram publicados recentemente no blog do Troy Hunt - leitura recomendada! Comento alguns dos principais pontos levantados, abaixo:


  • Os ataques estão sendo originados quase sempre de fora das organizações (98%) e apenas 4% envolveram pessoal interno (ativamente) < esta tendência está aumentando nos últimos anos. É importante ressaltar que a segurança das redes e  sistemas internos continua sendo fundamental, para identificar e conter a evolução de ataques iniciados externamente. 
  • Hacktivistas estão se tornando um problema real e sério  (58% do roubo de informações) < aqui vale a pena mencionar que pela característica de divulgação do resultado dos ataques, este valor certamente está distorcido em relação aos ataques tradicionais para venda de informações no underground, por exemplo.
  • A maioria dos comprometimentos envolve o simples roubo de credenciais < ou seja, ninguém vai ter que desenvolver um StuxNet/DuQu se para obter as informações sensíveis for suficiente adivinhar ou usar ferramentas de bruteforce de senha..
  • O tempo entre o comprometimento inicial e sua descoberta e contenção tem levado normalmente meses (54%) ou semanas (29%), e em poucos casos dias (13%) ou horas (2%) < isto é tempo mais do que suficiente para garantir aos atacantes um acesso a diversas informações sensíveis contidas em diferentes sistemas de uma empresa.

Outros Relatórios relevantes e dignos de nota, publicados recentemente:


HP: 2011 Top Cyber Security Risks Report
http://www.hpenterprisesecurity.com/news/download/2011-top-cyber-security-risks-report

Verisign iDefense 2012 Cyber Threats and Trends White Paper
http://www.verisigninc.com/en_GB/forms/idefense2012cybertrends.xhtml


Websense: 2012 Threat Report
http://www.websense.com/content/websense-2012-threat-report-download.aspx

Trustwave: 2012 Global Security Report
https://www.trustwave.com/global-security-report

ESET: Global Threat Report for 2012
http://go.eset.com/us/threat-center/

Sophos: Security Threat Report 2012





Monday, April 16, 2012

ADUC 2012 Vegas







A Apura – Inteligência em Cibersegurança, tem o prazer de 
lhe convidar  para a Access Data Users' Conference, evento que
 acontece entre os dias 8 e 10 de maio, em Las Vegas (EUA).
Este evento proporcionará várias atividades de treinamento e 
workshops com os maiores especialistas da indústria da 
investigação digital do mundo.  O evento este ano terá trilhas 
de aprimoramento em computação forense, cibersegurança, 
análises legais e muito mais.
A ADUC é um evento produzido pela Accessdata
parceira da Apura
Mais informações
PS: Nesta mesma semana estarão ocorrendo o INTEROP 
e o Symantec Vision.

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